Quanto mais bem-sucedidas essas empresas, mais investimentos outras startups recebem. A ascensão de “unicórnios” brasileiros, como Nubank, Pagseguro e ifood, gerou um efeito significativo no mercado. Isso tem incentivado a criação de novos meios e o surgimento de grupos internacionais para explorar esse universo que, apesar da crise, continua crescendo.
Investidores em startups no Brasil crescem 30% em 2021
O maior crescimento absoluto desde 2007, de acordo com a plataforma de inovação Distrito. É um mercado repleto de oportunidades de negócios. Atualmente, existem 21 “unicórnios” no país (empresas com valor de mercado de mais de um bilhão de dólares) e dezenas de outros candidatos que se juntarão ao grupo principal de bilionários startups nos próximos anos.
Foram essas promessas e a capacidade de embolsar vários milhões de reais que encheram os olhos dos investidores e alimentaram este mercado. Somente em 2021 os meios de capital de risco investirão recursos em startups que quebrarão recordes de investimento.
Até o momento, em novembro, o valor trazido ao mercado brasileiro é quase 200% superior ao de todo o ano de 2020: US $ 8,8 bilhões (quase 50 bilhões de reais, em dólares na quinta-feira), ante 3 bilhões de 17 bilhões de dólares).
“Este foi um ano extraordinário. Gustavo Araújo, Cofundador e Presidente do Distrito Escolar, afirmou: “Devido aos recursos que os recursos já receberam, 2022 terá a mesma tendência de crescimento deste ano.
Na visão dele, um dos destaques de 2021 é o investimento da supertorre, mais de R $ 100 milhões. Por outro lado, as empresas estão mais maduras e precisam de mais capital. Por outro lado, há gestores bem capitalizados que ambicionam os ativos brasileiros, destacou Araujo.
Foco regional
O Efeito Nubank, que será lançado nas bolsas de Nova York e São Paulo no início deste mês, ajudará a atrair ainda mais investidores internacionais. Além do bilionário Softbank, que prepara um novo fundo para a América Latina, gigantes do investimento como Tiger Global, Warburg Pimco e Andreessen Horowitz também voltaram suas atenções para essa região.
O empresário Paulo Veras, um dos fundadores do primeiro “unicórnio” brasileiro, diz que o mercado está passando por uma grande mudança geográfica. Dez anos atrás, disse ele, os investimentos que se deslocaram para o Sudeste Asiático e a América Latina foram em grande parte excluídos do movimento. Hoje, a área se tornou foco de investimentos de capital de risco.
Segundo ele, diversos fatores aumentam a atratividade dos trabalhadores brasileiros. Além dos novos “unicórnios”, o fato de a maioria da população possuir smartphones e acesso a dados e infraestrutura de alta velocidade aumenta a extensão e as perspectivas de sucesso de um negócio nacional. Brasil, o que significa mercados potenciais para explorar.
Veras também indica que os gerentes de país também estão sendo criados ou foram lançados recentemente para entrar no mercado. Entre eles, Headline, do fundador do Buscapé, Romero Rodrigues; NVA Capital, exXP Marcelo Maisonnave; e Niu Ventures, do americano Paul Bragiel e Reinaldo Normand.
Algumas dessas carteiras deverão ir para startups existentes, com cerca de 75% dos investimentos atuais sendo focados em rodadas iniciais conhecidas como Preseed, Seed e Series A, de acordo com dados da plataforma Emerging Venture Capital Fellows.
O novo ciclo de alta da Selic não preocupa gestores de investimentos em startups. Para eles, quem investe nesse mercado está olhando para o longo prazo e não vai deixar de investir nesses ativos para migrar para o câmbio. “É uma rua de mão única. Nubank levantou a barra. Muita gente já ganhou dinheiro e isso se reflete no ecossistema ”, explica o sócio-gerente da Iporanga, Renato Valente.
Em sua opinião, o empreendedorismo nunca foi tão bom. levantar novo capital no primeiro trimestre do próximo ano. Apesar do aumento das taxas de juros, ele acredita que a liquidez do mercado continuará.
Atualmente, um terço da carteira da Iporanga está alocado em fintech e parte em educação. Valente disse que, em 2022, o líder ficará de olho nas startups financeiras. “Com o avanço do open banking e do Pix, muitas oportunidades surgirão. Mas também vamos analisar startups com foco em criptografia e agronegócio, um mercado que ainda não surgiu, apesar do potencial.”
Na Astella Investimentos, o sócio Daniel Chalfon também não acredita na mudança de tendência atual por conta do aumento das taxas de juros. Ele destacou que a queda anterior da Selic teve um efeito positivo, atraindo investidores não familiarizados com o mercado. “São profissionais que colocam recursos em ativos de longo prazo e não buscam uma renda fixa.”
Em 2021, segundo o executivo, proporcionou boa liquidez para o fundo, com a venda da RD Station para a Totvs, cujo gestor tem participação acionária na empresa. Astella levantou quatro fundos e está investindo ativamente em 27 empresas. No próximo ano, disse Chalfon, é provável que um novo portfólio seja construído. “O ano de 2022 começa com muito boas perspectivas, depois de um ano em que todas as medidas bateram recordes.
O cofundador e presidente do Distrito, Gustavo Araujo, afirma que o mercado está crescendo em todos os aspectos, seja pelos investimentos ou pela quantidade de fundos e novos startups.
Esse segmento, disse ele, começará a explorar uma segunda onda de fundos de capital de risco, mais especializados em determinados setores, como educação, finanças e varejo. A maior parte desse capital virá sempre do exterior, mas o mercado brasileiro está mudando, cada vez mais investidores estão familiarizados com este segmento.